Existem diversas formas de abate, para cada cultura um cliente, um consumidor de carne. Carne Halal é consumida por mais de 1,5 bilhão de pessoas, Carne Kosher, 12 milhões, Carne abatida no método ocidental, por alguns bilhões.
Nas propriedades rurais , chamamos o abate de carneada,que é para consumo próprio. No Pantanal , a rês é laçada, amarrada ao tronco e com uma faca bem afiada é cortada a jugular. Carneamos encima do próprio couro do animal e folhas de bacuri e bananeira, protegendo a carne de qualquer impureza. Os cortes são pendurados para escorrer.
Nos modernos frigoríficos existe a marreta pressurizada (nos EUA desde 1920)
que imobiliza instantaneamente o animal. Este é o método usado no abate OCIDENTAL.
Algumas culturas adotaram seus próprios métodos de alimentação há muitos séculos. Problemas com Trichinella spiralis e Taenia solium talvez tenham sido responsáveis pela proibição judaica do consumo da carne suína, porém as leis que regem o ritual kosher nem sempre são leis sanitárias, mas religiosas, pois são citadas na Bíblia; tais como a designação de animais puros e impuros e a proibição do consumo de misturas de carne e leite e consumo de sangue.
Esta forma de alimentação continua até hoje, entre eles o método HALAL usado pelos muçulmanos e KOSHER , pelos judeus.
O alimento Kosher segue as leis Judaicas e a palavra kashur, em hebraico, significa "próprio para uso - apto". Alguns exemplos de alimentos kosher são: quarto dianteiro bovino desde que o abate siga o ritual, frutas, verduras, peixes com barbatanas, vinhos, queijos e gelatinas. Existem os alimentos proibidos (Treif ou Trefah) como sangue, suínos, aves selvagens, coelhos e peixes com escamas.
Schechita é o ritual de abate dos animais para o preparo da carne kosher e é realizado por um rabino, através de um único corte, com uma faca (chalaf) extremamente afiada, cortando a jugular e a carótida sem lesar a espinha dorsal, proporcionando rápida inconsciência e insensibilidade. Cada abate é acompanhado por uma prece denominada bracha.
O animal deve ser abatido com respeito e compaixão após rigorosa avaliação da saúde e bons tratos deste, quando vivo.
O pulmão é inflado de ar, pois se estiver danificado a carne deste animal não é aceita para consumo kosher. As veias são todas retiradas da dianteira, seguindo as orientações religiosas.
O restante do sangue é retirado, mergulhando a carne, alternadamente, em água e sal grosso durante uma hora. Existem diferenças no abate, de acordo com a interpretação de cada rabino do Tora. O produto deve ser identificado na embalagem pela letra K ( k de kosher)e alguns são marcados pela letra U ,quando o abate é supervisionado por religiosos mais conservadores.
A palavra Halal, no idioma árabe, significa lícito, permissível. São os produtos julgados consumíveis pelos muçulmanos e pela jurisprudência islâmica. O termo significa alimento produzido sob a supervisão da Lei Islâmica Shariah.
Metodo halal de abate consiste em um degolador (prático), um xeique (religioso) e um veterinário (sanitário). Ele, o prático, corte a jugular, carótida, esôfago e traquéia e a carne deve ficar sangrando até escorrer por completo. A cabeça da rês deve estar voltada a Meca e segue as normas do Alcorão em nome de Alá.
Halal não é só a forma adequada para alimentos, mas como princípio de vida diária. É o que foi estabelecido como aceitável. Ao contrário, tem os alimentos e procedimentos HARAM- proibidas pelas leis islâmicas.
O abate Halal é comum na Índia, que exporta esta carne aos países muçulmanos do Oriente Médio e outros como a Indonésia.
Em Mato Grosso do Sul, o abate Kosher é feito em Anastácio, acompanhado por rabinos e é enviado a S. Paulo à comunidade israelita( mais de 120 mil pessoas) e também é exportado a Israel.
O abate Halal é feito em Bagé, RS , com a supervisão de uma equipe de iranianos enviada a cada três meses para acompanhar o abate da carne exportado ao Ira.
No Brasil, o abate religioso é feito diante de um acordo entre as práticas dos técnicos e as exigências do Ministério da Agricultura (Mapa).